Durante o dia não havia graça.
O trabalho o tornava mais desgostoso. Não o motivava.
Uma mesa de escritório, um computador à sua frente, e nenhuma centelha de vida ou excitação. Os olhos vidrados fitavam o nada, na mais pura expressão de vazio. O olhar denunciava que as horas se arrastavam. Custavam a passar.
A rotina maçante o fazia questionar o valor de tudo aquilo. Era um questionamento passageiro, porém. Não tinha importância. Ele logo lembrava que os dias sempre tinham um fim.
A noite chegava e trazia a graça. Trazia a vida.
Um bar de jazz. Uma banda que tocava num palco à meia luz. Quase envolto em uma sombra, ele tocava o saxofone.
Deliciava-se a cada nota. A música o fazia flutuar. Trazia sentido à sua vida. Libertava-o dele mesmo.
Cada acorde o fazia se sentir mais vivo.
Eram sopros de vida. Era o seu mundo. Àquela altura já estava vivo, enfim. Era um sol brilhando à noite.
Deliciava-se a cada nota. A música o fazia flutuar. Trazia sentido à sua vida. Libertava-o dele mesmo.
Cada acorde o fazia se sentir mais vivo.
Eram sopros de vida. Era o seu mundo. Àquela altura já estava vivo, enfim. Era um sol brilhando à noite.
Um balcão de bar, um drink ruim e barato. Quase fim da noite. Um típico trabalhador de escritório que fazia bicos como músico. Estava exausto. E então, um sorriso de uma bela mulher. Mais um drink. Um olhar convidativo.
Era um problema. A noite estava acabando. Precisava de descanso.
Pensativo, encarava novamente o olhar da bela mulher.
Pensativo, encarava novamente o olhar da bela mulher.
3 comentários:
Olha se identificação matasse eu morreria lendo esse texto rs, abraço
Senti um certo tipo de reconhecimento pessoal quando eu li, da primeira vez... posso me sentir lisongeada a ter sido a primeira pessoa a lê-lo? Obrigada pela confiança, Júlio... fico feliz em saber que tenho um grande amigo como tu.
Se fosse sexo não seria tão profundo! Adorei, muito bom!!
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