quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Finito

Tchau, blogue lindo. Foram sete anos de pouquíssimas postagens e quase nenhum trabalho, mas de certa forma você tem um lugar aqui no miocárdio.

Olá, Infinitos Macacos. :)
http://infinitosmacacos.blogspot.com.br/

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Sobre ideias que surgem do nada e ferram com o sono

Viro pra um lado da cama, busco uma posição confortável, mas algo não se aquieta na cabeça. Um rascunho é esboçado mentalmente, de forma involuntária e quase arbitrária. Uma ideia pra um texto, atraente e com certa clareza, surge de forma invasiva, atropelando quaisquer desejos banais de se ter apenas uma boa noite de sono. Luto contra a força misteriosa, digo que aquela não é exatamente a hora mais apropriada pra esse tipo de flerte. Tento argumentar. Quem sabe não poderíamos marcar um outro horário, de preferência um que não fosse às três horas da madrugada. Inútil. As frases e palavras pulam, brincam e fazem uma algazarra dentro da minha pobre psique. Tentam me seduzir, me convidar pra festa das ideias que precisam ser colocadas no papel (ou na tela de um computador). Na verdade, o festejo é apenas disfarce. Elas só clamam por liberdade. Sua ânsia desenfreada não me incomoda, necessariamente. De um estranho modo, me cativa.
 Resignado, mas com um sorriso de estranha satisfação no rosto, decido ceder à pressão. Pego caderno e caneta e liberto aquelas que antes tanto gritavam. Decido não fazer nenhum texto: apenas registro tudo que surgiu na cabeça, desde as frases e palavras-chaves à ideia geral. Organizo os parágrafos e faço um pequeno esquema de como será o futuro texto. Delicio-me com esse simples ato, com o pequeno gesto de registrar ideias. Não é hora de se empolgar, porém. O desenvolvimento e finalização ficarão pra outra hora, depois de uma boa noite de sono.
Registro feito, hora de voltar atenções ao sono em potencial. Dessa vez, decido virar para o outro lado da cama. No desespero de não ser atormentado por mais manifestações mentais involuntárias, me permito a essa superstição idiota. Tento me aninhar mais no cobertor, mas eis que sou surpreendido novamente, como diz aquele velho lobo tarado pelo número 13. Mais palavras de efeito e frases formadas invadem a mente, tornando frustrada mais uma tentativa de sono. As safadas parecem seguir um fluxo próprio, totalmente desconhecido por mim. “Mal posso ver seus movimentos”, como diz aquele sayajin. E dessa vez, são ideias ainda mais atraentes.
Um antigo rascunho de texto fora visto de relance ao abrir o caderno anteriormente. A simples encarada fez com que as frenéticas ideias textuais voltassem a surgir, revivendo aquela velha (e esquecida) pauta.
Desisto. Sento a bunda na cama, ligo o notebook e decido escrever. Talvez isso realmente seja melhor do que simplesmente anotar frases e ideias soltas pra não esquecê-las após o sono, atendendo a um estranho processo de “desencargo mental” (um prestar contas à minha própria mente.) Taí uma patologia psíquica interessante. Pergunto-me se já fora catalogada.
Abdicando do sono em favor do bem de meus caros textos, percebo que toda essa ladainha que foi escrita deveria ser uma pequena nota pra ser (talvez) colada em alguma rede social, não uma grande divagação. Pouco importa. Hora de se permitir deliciar e se empolgar com a paixão de escrever, que andava meio enferrujada. Há um bom número de ideias aflorando neste exato momento. Só gostaria que, da próxima vez, elas surgissem num horário mais viável, e não entre três e seis horas da manhã.

"Por favor, deixem-me dormir!"

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

As baboseiras da Rede Record

Soube esses dias que um documentário polêmico sobre a história da Rede Globo pode ser exibido pela Record. Segundo as palavras do site do Jornal do Brasil, "manipulação da opinião pública e apoio da ditadura militar à emissora de Roberto Marinho são temas do filme".

Penso que já está na hora de alguém lembrar a Record que essa empreitada em tentar diminuir e tomar o lugar da emissora global, com a desculpa da luta pela verdade, não convence mais ninguém. Campanhas anti-Globo no twitter, besteiras faladas em diversos programas, ataques por telejornais e mais um monte de coisa. Alguém ainda acredita em uma luta limpa?

Tô longe de ser entusiasta da Globo. Esta também cansa de destilar ataques à emissora do Edir Macedo, mas pelo menos não é tão explícita, apelativa e desesperada na hora de tentar diminuir a rival. Explico.

Numa madrugada, com uma insônia desgraçada, liguei a TV. Zapeando por entre os canais, parei no Fala que eu te escuto, da Record. O programa é interessante, com temas pertinentes e bem desenvolvidos pela reportagem. Vale a pena assistir, pelo menos até a parte em que o pastor toma a palavra e começa a cagar pela boca.

Nesse dia, o assunto era a Rede Globo. Era época da Copa do Mundo 2010, e o programa já começava mostrando as campanhas do "Um dia sem Globo" no Twitter, que foi um boicote proposto por um movimento virtual ao jogo Brasil x Portugal que a emissora iria transmitir. Acho que mostrando é uma palavra fraca. Eles na verdade pareciam panfletar a campanha, com muito empenho por parte dos envolvidos. E dentre os quadros do programa haviam matérias supostamente "investigativas" contra a emissora da família Marinho, com pessoas totalmente fora de contexto afirmando que a Record teria capacidade pra transmissão dos principais eventos de futebol, dentre outras besteiras.

O que me intrigou é que, durante a matéria, eram exibidas imagens de alguns programas da Record, como A Fazenda, o Programa do Gugu e uma seleção de cenas de quadros em que os convidados têm que andar por uma ponte na altura de um prédio. Ou seja, este material de alta qualidade era a opção ideal pra "salvar o telespectador das garras da Rede Globo".

O ponto alto do programa foi a frase emblemática que o pastor soltou, após uma pausa bem dramática:

"A culpa de todas as mazelas deste país é da Rede Globo."

Parece até piada, mas não é sacanagem. Não me aguentei de tanto rir.

Merda. Podem me chamar de grosseiro ou quaisquer outros impropérios, mas dá pra usar uma palavra mais suave do que "merda" quando o pastor toma a palavra e, todo pomposo e serelepe, como quem está prestes a falar algo de extremo valor à humanidade, diz que tudo de ruim no Brasil é por culpa de uma emissora de televisão?
E ainda querem dizer que isso tudo é feito pela luta da democratização da TV? Não, a imagem do Edir Macedo montado num cavalo branco correndo para resgatar a princesa sequestrada pelo dragão global não cola muito.
Na boa, Record, tenha um pouco mais de seriedade.

O maior problema dessa briga Record x Globo é que isso tá longe de ser uma luta pela verdade. É apenas um atirando no outro pra ver quem fica com a hegemonia da TV brasileira. E é por essas e outras que é ilusão alguém achar que a Record veio pra "salvar" alguém.


***

Relendo tudo, vejo que o post ficou com um tom meio ácido e rude. 
Mas é isso aí mesmo, me processa Edir.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Baiana Karateka vs Baiana Pugilista

O clima de euforia causado pela tão exaustivamente divulgada "Luta do Século" entre Anderson Silva vs Vitor Belfort parece ter contagiado todo o país. Eu não me lembro de ter visto antes tanta repercussão em terras canarinho sobre um evento do UFC, e o assunto ainda é pauta em diversas redes sociais Brasil afora.

Inspiradas nessa espécie de "espírito bélico", duas baianas arretadas querem mostrar ao Dana White, presidente do UFC, que é extremamente válida a criação de um espaço para lutas femininas dentro do evento. 
Elas deram seu recado com uma luta de exibição de peso grilo crackudo:





Notem que a lutadora de vermelho tem ótimas quedas e excelente ground and pound (algo que pode ser traduzido como "socar / triturar / encurralar no chão")
A de preto tem uma bisonha base de Karate Shotokan, com um incrível indíce de 85% de acerto de seus golpes nas moscas que passavam no local.

Lutadoras promissoras. Eu, como bom fã de MMA, só posso ficar animado com a fábrica de combatentes que é este nosso Brasil. 

***

Escreveu um fã de lutas que não consegue tirar o sorriso da boca após ter vencido a aposta na "Luta do Século".

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Versões musicais bizarras








Ponto alto da versão épica de "The Final Countdown"



O Youtube é mágico. Quando o site foi criado, pôde-se vislumbrar o nascer de um mundo de infinitas possibilidades no compartilhamento de vídeos: aulas, tutoriais, vlogs de assuntos diversos, registros antigos de televisão e o que mais fosse possível de ser imaginado e registrado com uma câmera na mão e uma ideia na cabeça (e muita falta do que fazer).

Isso tudo foi apresentado da forma mais democrática possível, na qual qualquer sujeito tinha a chance de usar o site de forma profissional, divulgando trabalhos e criações, ou usando a página por puro prazer e entretenimento. Muita coisa legal foi criada, e alguns se superaram na criatividade e inovação, apresentando ideias incríveis. É óbvio que o besteirol não ficou de fora, e os vídeos toscos e engraçados estão lá presentes, marcados como grandes pérolas da era da Internet. Musicalmente, não foi diferente.

É surpreendente o número de versões bizarras de grandes hits da música que surgiram. Muitos artistas importantes tiveram a “honra” de ter seus suas canções adaptadas a “belos” arranjos e novas versões. Eu encontrei e me deleitei com algumas destas pérolas, que posto a seguir. (Tomem cuidado que alguns hits grudam na cabeça):


Sweet Child O'Mine - “Artista” desconhecido
(versão forró do hit do Guns N' Roses)
Comentários: A palavra “forró”, por si só, já costuma desagradar a muita gente, o que não é o meu caso. Mas a ideia de pegar um dos maiores hits de uma das bandas mais importantes da história do rock (como grande fã, sou bem suspeito pra falar) e adaptá-lo a um arranjo com acordeons e triângulos não soa muito bem. 
O vídeo mantém todo o clipe original da banda, com o áudio da versão forró ao fundo. Isso gera dois “sacrilégios” (pelo menos pra fãs do Guns N' Roses) : Slash plugando a guitarra no amplificador e tocando o riff inicial com um som estranho, bem diferente do originail, e Axl Rose sendo “dublado” por uma voz engraçada e que entoa uma letra estranha. Antes tivessem colocado o vídeo dos próprios caras da versão tocando.

“Uououou, te quero mais! Uouououou, você foi demais!”


Billie Jean - Geovanne Souz
(versão forró do hit de Michael Jackson)
Comentários: Mais um arranjo de forró, desta vez para Billie Jean. Michael Jackson se reviraria no caixão como quem tenta executar um Moonwalk num espaço apertado se ouvisse essa beleza. Nem tenho muito o que comentar.

Você não quis meu amor. Agora diz: 'Volta pra mim por favoooor!' ”


Vou te adicionar no Orkut meu – Fuguetão Baiano
(outra versão de I Gotta Feeling, do Black Eyed Peas)
Comentários: De um cara que se auto-intitula o “Fuguetão Baiano”, não é possível esperar grandes feitos. O sujeito realmente corresponde às expectativas com uma versão extremamente bizarra de I Gotta Feeling (que virou “Agora Filé”). Simplesmente épico. Vale a pena demais assistir.

Agora filé, vou te adicionar no Orkut meu”


Te amo pra sempre - Forró Corpo de Mulher
(versão de The Final Countdown, do Europe)
Comentários: Quando eu achava que nada podia ser mais épico que um projétil da Bahia cantando “Agora Filé”, eis que sou surpreendido novamente com mais uma pérola. E que pérola.
The Final Countdown é um grande hit do Europe, uma das bandas de maior sucesso dos anos 80. Um sujeito achou uma boa ideia adaptá-la a, adivinhem: uma versão forró. Agora reflito que, coincidência ou não, o estilo é o campeão de versões bizarras de canções famosas.
Mas Te amo pra sempre está além disso tudo. A canção toca fundo na alma, com uma “inspirada” letra sobre amor. Ou algo do gênero, não sei. Prestei mais atenção nas belíssimas cenas românticas do clipe. 
Destaque maior para a voz de cana rachada e pro belo figurino do vocalista. Sem dúvida, esta se tornou a campeã da minha lista de pérolas. Épico, épico e épico.


"Eu te amo pra sempreeeeeeeeeeeeeeeeeee!!!"


"Você é tão linda, menina mulheeeer!!" Ah, tá!

***

Agradecimentos ao Matt, que ajudou a idealizar este post. :)

sábado, 13 de novembro de 2010

Chama

Anos passam, semanas passam, dias passam. Tudo sempre por um ciclo, com começo, meio e fim. Por mais intensa que seja a luz de uma chama, o fogo ilumina muito, mas por muito pouco tempo. Nada dura para sempre. A chama um dia se apaga.

De início não se pensa em despedida, de quando ou como vai ser, como vamos ficar marcados por um sentimento. Inicialmente há um brilho, tão intenso que a vista perde um pouco o foco da imagem: “Não vamos nos preocupar com coisas simplórias, vamos viver o momento, sem nos preocupar com o que virá depois.” Não enxergamos um palmo à frente, pra ser mais claro. Ficamos expostos a toda essa chuva de sentimentos que virá um dia, mais cedo ou mais tarde. Não temos culpa. Já é difícil enxergar ao nosso redor, imagina enxergar a tão longo prazo...

A despedida virá, seja por fatalidade, seja por imposições do destino, seja pelo apagar da velha chama. Talvez soe estranho, mas no último caso é mais agradável. Não no momento é claro. No momento você não compreende porque o “pra sempre” acabou. Afogaram-se planos, talvez sonhos, talvez vidas. Uma parte sua lhe foi arrancada à força, sem chance para defesa. Mas com o tempo você aprende. Aprende que isso vai passar, e a dor da despedida vai se transformar em saudosismo, marcado pelos bons e importantes momentos. Afinal de contas, como dizia Mário Quintana: “Que importa restarem cinzas se a chama foi bela e alta?”

A despedida carrega um paradoxo com sua própria existência. Vai haver sofrimento sim, mas também vai haver uma troca equivalente de enorme sabedoria, que contribuirá para futura felicidade.

Nada dura pra sempre. Com o tempo vamos aceitando isso e passamos a nos preparar para a despedida que virá, inevitavelmente. O jeito é tirar o máximo de conhecimento antes que chegue a dita cuja, e aproveitar intensamente o momento oportuno. 

Ao citar de novo outro imortal, Vinícius de Morais, concluo que essa deve ser a filosofia de vida de quem aprende com as despedidas: “Que não seja imortal, posto que é chama, mas que seja infinito enquanto dure.”

23/03/07



***
Eu ando numa onda meio retrô. Tenho lido alguns de meus textos antigos, e comecei a ser acometido por uma onda extremamente saudosista. Ao encontrar esta crônica publicada acima, me peguei com um sorriso bobo no rosto ao terminar de ler. É uma redação da época de colégio, não muito bem escrita e bem simples. 

Apesar da simplicidade, são linhas que até hoje me cativam muito: podem não servir como um exemplo de escrita sofisticada, mas são verdadeiras e fieis ao sentimento que lhes serviu de inspiração. É o tipo de texto que pode não satisfazer o ego do escritor no que diz respeito à parte técnica, mas o deixa satisfeito pela essência e pela  emoção agregada a cada palavra. E são esses tipos de textos (certas vezes simples, mas dificilmente simplórios) que têm lugar especial na coleção pessoal de cada escritor.




quarta-feira, 3 de novembro de 2010

O Anjo Negro da Gávea

Obina cativando uma criancinha
Alguns futebolistas ganham mais notoriedade como personagens folclóricos do que como jogadores de futebol. Temos Fio Maravilha, Dadá, Valderrama, dentre outras figuras clássicas que entraram pro hall de jogadores mais famosos fora do que dentro de campo. E um caso mais do que clássico na memória recente do Rubro-Negro é o do antigo "Xodó" do Flamengo, o "Anjo Negro", aquele que ousou ser melhor que Eto'o: Obina (Só alguém folclórico é capaz de ter tantas alcunhas).

O Obina da Gávea era paradoxal. Era um artilheiro de gols improváveis, mas tinha a "singela" característica de perder gols feitos. No fim de sua passagem pelo Flamengo, esse traço estava bem acentuado e o Xodó passava por péssima fase, o que ajudou na sua saída do clube. Apesar disso, teve boa passagem pela Gávea durante os cinco anos em que esteve por lá, conquistando importantes títulos e salvando milagrosamente o Fla do rebaixamento em 2005.

Mesmo não sendo um primor no que diz respeito à parte técnica, alcançou a idolatria da massa rubro-negra com seus gols salvadores e improváveis (se enroscando na rede do gol, rompendo ligamento do joelho após marcar, chutando com o bico do pé,  dentre outros lances de extrema bizarrice e sorte, que só um iluminado é capaz de realizar). Foi eternizado pra sempre na memória da torcida do Mais Querido e até de outras com o canto "Ôôô, Obina é melhor que Eto'o!"

Um dos momentos que marcaram a minha lembrança de torcedor do Obina FC foi o seguinte:

Eu ouvia um jogo do Mengão, não me lembro qual, pela Rádio Globo, quando comecei a reparar que o Obina não devia estar num de seus melhores dias:
- Obina chuta pra foooora! - gritava o narrador.
- Obina isoooola a bola! - berrava o comentarista.
- Obiiiiiina! - guinchava sempre o 2º comentarista, em tom propositalmente desafinado, mostrando que o Xodó naquele dia desafinava mais que violão empenado.
Lá pelas tantas do jogo ele reaparece em mais um lance bisonho e de extrema falta de noção futebolística. O Garotinho, narrador da Rádio Globo, dessa vez não perdoa:
- Esse Obina pode não jogar nada, mas é muito engraçadinho!

Obina marcou história na Gávea e continua fazendo sucesso por onde passa (ano passado no Palmeiras e atualmente no Atlético-MG). E confesso que, apesar de toda a desaprovação de parte da torcida no finzinho de sua passagem no Flamengo, sinto falta de ver o Xodó jogar no Mais Querido. Lá ele fazia acontecer o improvável e o imponderável, com a facilidade de um ser acostumado a ser predestinado. O futebol, cada vez mais burocrático e chato, precisa de mais Obinas.

***

Pra terminar o post, gostaria de resgatar algumas pérolas clássicas do Obina Facts, que é bem antigo (deve ter uns 3 ou 4 anos), mas divertidíssimo:


Obina Facts

- "Ser ou não ser?" Eis a questão. "Obina". Eis a resposta.

- Obina não chuta à gol, ele maltrata a bola até ela sair correndo

- Obina não usa relógio, ele decide que horas são

- Deus perdoa, Obina não.

- Se Obina fosse Zidane, Materazzi não estaria vivo.

- Obina não faz aniversário, faz história.

- Obina não é gordo, ele tem fome de bola. 

- Deus perdoa, Obina não. 

- Obina consegue comer 50 acarajés em 20 segundos. 

- Obina não chuta de trivela, ele dá um Roundhouse Kick na bola. 

- Obina inventou o futebol em 6 dias. No sétimo ele descansou. 

- Zico gritou: “Bate para o gol, Obina”. Obina respondeu: “Peça por favor.” 

- Entre Pelé e Maradona, Obina ganha. 

- Quando Obina marca um gol, ele não corre em direção da arquibancada com o dedo levantado para agradecer a torcida, mas para chamar o vendedor de pipoca. 

- Onde o goleiro pisa, jamais nasce grama de novo. Onde Obina pisa, nasceum jardim inteiro. 

- Se Obina ainda não fez gol em um jogo, o jogo ainda não acabou. 

- …e então Zagallo disse: “Vocês vão ter que me engolir!”. Obina retrucou: “Com pimenta ou sem pimenta?” Aliás, “Obina é Seleção” tem 13 letras. 

- Certa vez, numa pelada, Obina preparava-se para bater a falta e o goleiro gritou: “chuta igual a homem!” Nascia a bola de futebol americano.

- Dom Pedro: “Se é para o bem de todos e felicidade geral da nação, diga ao povo que fico!”. Obina: “Isso, aproveita e vai na cozinha pegar um acarajé pra mim.” 

- Após Obina assistir o filme “O Chamado”, o telefone tocou. Obina atendeu. Samara: “Quem é?” Obina: OBINA. Samara: “Desculpa, foi engano.”

- Nas transmissões de jogos, Galvão Bueno fica na cabine exibindo cartazes dizendo: “Alô, Obina! Olha pra gente!”

- Quando Deus fez Pelé ele assistia os VTs do Obina. 




segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Sei lá se teu nível de poder é dez vezes maior. O importante mesmo é o prazer que ele proporciona.
Yusuke Urameshi, herói da infância de muitos da minha geração.

sábado, 31 de julho de 2010

Peanuts



Tira grande especial publicada aos domingos
 
       Peanuts (no Brasil também conhecido como Minduim) foi uma tira diária escrita e desenhada pelo cartunista americano Charles Schulz, que foi publicada de 2 de outubro de 1950 a 12 de fevereiro de 2000. A tira foi uma das mais populares e influentes da história da mídia. No seu ápice, Peanuts aparecia em mais de 2600 jornais, com um número de leitores estimado em 355 milhões em 75 países, e foi traduzido para 40 línguas. Peanuts ajudou a tornar as tiras a quatro quadrinhos um padrão nos Estados Unidos. Reproduções ainda são publicadas em diversos jornais do mundo.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Noites sem fim


Durante o dia não havia graça.

O trabalho o tornava mais desgostoso. Não o motivava.

Uma mesa de escritório, um computador à sua frente, e nenhuma centelha de vida ou excitação. Os olhos vidrados fitavam o nada, na mais pura expressão de vazio. O olhar denunciava que as horas se arrastavam. Custavam a passar.

A rotina maçante o fazia questionar o valor de tudo aquilo. Era um questionamento passageiro, porém. Não tinha importância. Ele logo lembrava que os dias sempre tinham um fim.

A noite chegava e trazia a graça. Trazia a vida.

Um bar de jazz. Uma banda que tocava num palco à meia luz. Quase envolto em uma sombra, ele tocava o saxofone.

Deliciava-se a cada nota. A música o fazia flutuar. Trazia sentido à sua vida. Libertava-o dele mesmo.

Cada acorde o fazia se sentir mais vivo.

Eram sopros de vida. Era o seu mundo. Àquela altura já estava vivo, enfim. Era um sol brilhando à noite.

Um balcão de bar, um drink ruim e barato. Quase fim da noite. Um típico trabalhador de escritório que fazia bicos como músico. Estava exausto. E então, um sorriso de uma bela mulher. Mais um drink. Um olhar convidativo.

Era um problema. A noite estava acabando. Precisava de descanso.

Pensativo, encarava novamente o olhar da bela mulher.

Não. Não havia problema. As noites nunca têm fim.




sábado, 24 de julho de 2010

O lado financeiro do amor

Da série: "Diálogos que merecem ser registrados"

Conversas informais às vezes rendem...

Menina 1: Então, Menina 2, cê tem que arranjar um namorado rico pra não te dar dor de cabeça...
Menina 2: O último namorado rico que eu arrumei era ruim de cama. Então vou ficar com esse mesmo.
Menina 1: Tá bom, fica com o pobre então. Viva de comer porra.
Garoto 1: Fome você não vai passar.

Simples, singelo e romântico.

*** 
   Gostou? Odiou? Ofendeu-se?
   Tem algum elogio ou ofensa que tá fazendo seus dedos coçarem?


segunda-feira, 12 de julho de 2010

Balanço da Copa: "Nada como um dia após o outro"



         A Copa do Mundo da África do Sul chegou ao fim. E este foi um mundial, no mínimo, diferente: O futebol parecia ser apenas um detalhe, quase um coadjuvante, e os momentos mais marcantes estiveram mais presentes fora das quatro linhas do que dentro delas. Foi polvo dando lição a cronistas esportivos de como deve ser feita uma previsão certeira de jogo aqui, vuvuzelas polêmicas (e insuportáveis) substituindo os tradicionais cantos da torcida ali, torcedora paraguaia "de peito" prometendo desfilar pelada, treinador comendo meleca, dentre outras bizarrices.
         De futebol mesmo tivemos a bola que virou personagem (e bode expiatório de alguns lances de inabilidade) e a zebra desfilando nos primeiros jogos. Aliás, há um bom tempo que a equina não distribuía tantos coices como distribuiu nesta Copa. Os resultados bizarros deram até um ar divertido à copa, que demorou a empolgar no início. França, Itália, Alemanha e até a campeã Espanha foram as vítimas dessa vez, logo na fase de grupos.
        Quando o mata-mata começou, o futebol de verdade, enfim, deu as caras. Algumas pelejas foram memoráveis. Até Uruguai x Gana, que era o jogo menos badalado das quartas de final, entrou pra história. E Suárez deu uma mãozinha pra consolidar, de vez, a moda de usar a mão (seja de Deus ou Diabo) nos mundiais.
        Por fim, a Espanha sagrou-se campeã e perdeu o incoveniente título de “amarelona da hora H”. E ganhou com justiça, diga-se de passagem. E como o Falcão, comentarista da Globo, disse muito bem, foi o “resgate do futebol bonito que ganha jogo”. Será que surge aí o precedente pra uma revolução contra o futebol burocrático/chato/cheiodevolantesquenãosabemsair que perdura no mundo da bola? De qualquer maneira, parece até que a honra da Seleção Brasileira de 82, (que encantou, jogou bonito, mas foi marcada pra sempre por não ter conquistado a Copa) foi resgatada pela conquista inédita da Espanha. O futebol arte agradece.

        Mas mesmo com todos esses adjetivos que fizeram desta Copa da África inesquecível, não são estas as lembranças mais marcantes que ficaram do torneio. Pelo menos não para os brasileiros. A frase que marcou esta Copa, pelo menos para mim, foi:


“Nada como um dia após o outro.”

Sexta-feira, 2 de Julho, cerca de 11h
        - Filho da p@#$%!!! - vem um grito da sala, que me faz acordar e lembrar que tá passando Brasil x Holanda. Pelo grito, achei que fosse gol da Laranja, mas não: Era um lindo gol do Robinho. O palavrão foi desabafo pelo primeiro gol anulado.
        Fico instantaneamente animado com o bom futebol apresentado, e até arrisco quem o Brasil enfrentaria na final. Tava no papo.
        Mas já dizia a música, “tristeza não tem fim, felicidade sim.”
        Dois gols bisonhos. Felipe Melo golpeando um jogador caído, à la MMA. Fim do sonho do Hexa. Melhor nem entrar em maiores detalhes. Basta apenas dizer que o resto do dia foi extremamente melancólico.

Sábado, 3 de Julho
         Já mais animado, era hora de uma missão importante: secar os hermanos. Mas, de fato, era um jogo imprevisível. Ainda assim, algo me dizia que a Argentina perderia. Era oba oba demais pra uma seleção que não tinha enfrentado ainda um desafio real. Foi uma pena ter desistido de apostar poucos minutos antes do jogo.
         Começa Argentina x Alemanha. Não recuperaríamos nossa honra, mas seria reconfortante ver os vizinhos/rivais voltando pra casa também, ainda mais com o favoritismo com que chegaram.
         3 minutos de jogo e gol. Cara, era bom demais pra ser verdade! Tão rápido assim era inesperado.
         Então veio o baile. A cada gol que saía, ouvia os gritos de vizinhos, fogos e festa. Até mais que nos gols do Brasil nesta Copa.
         Final de jogo, Argentina 0 x 4 Alemanha. O site argentino Olé, o mesmo que caçoara do Brasil no dia anterior, fora do ar. Um sorriso estampado no rosto, e uma alegria imensa substituindo a tristeza da eliminação canarinho. 
 
 Perder de 4, que coisa triste...
        
Nada como um dia após o outro. Quem disse que tristeza não tem fim? 


***

    Gostou? Odiou? Ofendeu-se?
    Tem algum elogio ou ofensa que tá fazendo seus dedos coçarem?

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Momento ultra-mega-power saudosista: "Rotina e Falsas Prioridades"


    Escrever me dá um enorme prazer, por diversos motivos, tantos que seria até um pouco difícil tentar enumerá-los; creio também que até um pouco injusto lembrar de alguns e esquecer de outros. Um, entretanto, se destaca entre os demais, pelo menos pra mim: é a marca do tempo tatuada em cada registro.
     Alguns textos, obviamente os mais antigos, passam uma sensação chocante da época em que são escritos, de como era a rotina, a forma como pensava e vivia a sociedade. E o choque se dá justamente por apresentar circunstâncias por vezes tão diferentes dos nossos tempos. Ao mesmo tempo isso é meio paradoxal, pois é como relembrar toda uma época, sem necessariamente tê-la conhecido. ("Época" demais num só parágrafo. Isso que dá postar de madrugada.)
     Ainda assim, o que mais marca não é só essa imersão em épocas distantes, possíveis graças à leitura de textos antigos. É algo mais ligado ao próprio escritor. É a percepção do eu do momento que escreveu determinadas linhas. Pelo menos pra mim, é bem interessante reler meus antigos textos. É divertido ver o que escreví há 4, 5 anos atrás, pois dá pra ver que era um cara diferente, com outras ideias, outra filosofia. E o mais incrível é que às vezes não se precisa ir muito longe, bastando reler coisa de 2, 3 meses pra ver certas mudanças. Estamos em constante mutação , e quando escrevemos podemos registrar cada fase de nossa vida, e visitá-las a hora em que bem entendermos.

Versos de Metamorfose Ambulante me vem à cabeça, do saudoso Raulzito. :D

     Enfim, o que me inspirou a escrever isso tudo foi um texto de um blog meu beeem antigo, de uns 3 ou 4 anos atrás. Fuçando nuns textos do PC, o encontrei, relí e bateu esse saudosismo. Lembrei de um eu esquecido, um cara mais inocente, idealista. Por isso acho tão interessante essa marca do tempo nos textos: Enxergamos nessas letras as fases da nossa própria vida, o que éramos e o que somos.
     Vou republicá-lo na íntegra, com os mesmo erros e (raros) acertos. Seria estranho revisá-lo, ia ter uma sensação de ficar bagunçando uma lembrança boa. Vou só comentar algumas partes entre [colchetes]:


Rotina e Falsas Prioridades

     Acordar bem cedo, se espreguiçar um pouco. Levantar depois de uns dez minutos, escovar os dentes,  tomar um banho. Vestir o uniforme, tomar um copo de leite. Pegar o dinheiro da passagem, ir até o ponto de ônibus. Pegar o ônibus, chegar à escola. Assistir às aulas, bater um papo com os amigos. [saudosa época de ensino médio]
     Chegar em casa, descansar um pouco, depois almoçar. Ficar a tarde inteira sem fazer nada, de tanto sono por ter acordado tão cedo aquele dia. Ver TV, depois dormir. [essas tardes de tanto tempo vago me fazem uma falta...]
     Tudo isso em um ciclo vicioso, sem fim. Viver um dia após o outro, com apenas uma ligeira mudança no final da semana! Será que o ser humano não consegue se desabituar de sua rotina? Não se sente incomodado por achar sua vida e os acontecimentos ao seu redor tão previsíveis? Não se cansa de cair na mesmice? O tédio é aquele baixinho chato e tagarela que fica ao seu lado, aonde quer que vá, o que quer que faça, sempre te enchendo o saco, como aquele seu amigo pentelho que tem sempre uma piadinha sem graça para tudo. Certamente, uma comparação boba, [boba mesmo, que merda não ter pensado em nada melhor na época] mas reflita um pouco... Não parece mesmo?
     A rotina é o próprio ato de viver de um ser humano, o próprio ato de respirar. Inevitavelmente, nos dias de hoje, com as prioridades e objetivos atuais, nos enforcamos na corda dos acontecimentos previsíveis e rotineiros. [bela metáfora, huhauahuha!]
     Afinal, qual o objetivo de vida de um ser humano, desde que nasce? Estudar, se formar, trabalhar, formar família, trabalhar mais ainda para se entupir de produtos que nem sempre são tão necessários, mas como fazem parte da insana máquina de consumo, logo viram prioridades, e continuar vivendo
neste ciclo... Claro que existe diversão na vida de qualquer um, mas a prioridade é sempre manter o ciclo anterior, e continuar na rotina.
     Mas será que essa maneira de pensar está tão correta? Vale a pena?
     Lembram dos hippies? Lembram de como chocaram a sociedade, com suas roupas
coloridas, suas batas indianas, suas atitudes, filosofias e maneiras de pensar? Eles seguiam o preceito de não seguir o que é seguido pela sociedade. Não se preocupavam em trabalhar incansavelmente pra poder comprar diversos produtos inúteis que alguns se matam para conseguir, desprezavam o egoísmo da sociedade capitalista [olha a veia marxista/revolucionária aí!] e preocupavam-se apenas em viver. Usavam roupas diferentes e pregavam o amor e sexo livre. Do jeito que evoluiu nossa sociedade, logo não tinha mais espaço para eles. Afinal, pra sociedade era uma barbaridade não ter como prioridade o trabalho; era uma barbaridade o jeito que eles se vestiam; era uma barbaridade o jeito que eles pensavam. Tudo que vinha de um hippie era uma barbaridade. Mas eles sabiam viver, realmente. Não possuíam as prioridades erradas. [acho que só não virei hippie pelo confortável comodismo que a sociedade capitalista me oferere] 

     Talvez pareça meio sem sentido essa comparação toda, mas é que eles, com seu modo de pensar, não deviam saber nem o que é rotina, tédio e mesmice...
     O que penso é que, em nossas vidas, nos prendemos demais a coisas fúteis, esquecemos de viver realmente. Esquecemos que talvez não possa nem haver amanhã... E continuamos nos mantendo nesta rotina, vivendo para essas prioridades que talvez não sejam tão importantes assim. Talvez já esteja mais do que na hora de começarmos a rever nossos conceitos, a revermos nossas prioridades. E quebrarmos um pouco a rotina.
[todo mundo já quis mudar o mundo em algum ponto da vida] Afinal, só temos uma vida. Valerá mesmo a pena vivê-la eternamente na rotina? Sou ciente que mudar toda uma vida, todo o jeito de pensar de uma sociedade de uma hora para outra é missão mais difícil que vencer a seleção de 82 [esquecí na época do VITAL detalhe de que a seleção de 82 era imbatível, mas até enfrentar e cair perante à Itália. Paolo Rossi manda 3 fortes abraços!], mas se passarmos a nos preocupar com as coisas e os momentos mais simples, passaremos a deixar toda aquela rotina viciosa e irritante. Teríamos então o ”perigosíssimo risco” de entrarmos de cabeça em uma rotina prazerosa e gostosa, uma coisa bastante distinta de todo o ciclo vicioso e monótono habitual de nossas vidas. Então pensem nisso: Revendo o que realmente é importante na sua vida, você pode se desvencilhar de tudo que é ruim e tedioso. Lembre-se também que a vida é pra ser aproveitada ao máximo. Você não sabe nem se terá amanhã, então aproveite e saia da rotina!        
    Como dizia Cazuza: "Prefiro viver dez anos a mil por hora do que mil anos a 10 por hora."

***

    Os comentários entre os colchetes fazem parecer que quero destruir meu próprio texto, mas não. Gosto muito dele. Consegue me fazer lembrar de tudo que pensava e acreditava da época, de todo idealismo e até da certa ingenuidade. Por isso que é tão prazeroso escrever. Sem esses textos seria difícil relembrar desse eu e passear por sua vida com tanta facilidade. :D
    Tô reparando que tô usando demais o eu como se fosse uma terceira pessoa. Melhor terminar esse post antes que comecer a soar como teoria psicanalista.

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