A Copa do Mundo da África do Sul chegou ao fim. E este foi um mundial, no mínimo, diferente: O futebol parecia ser apenas um detalhe, quase um coadjuvante, e os momentos mais marcantes estiveram mais presentes fora das quatro linhas do que dentro delas. Foi polvo dando lição a cronistas esportivos de como deve ser feita uma previsão certeira de jogo aqui, vuvuzelas polêmicas (e insuportáveis) substituindo os tradicionais cantos da torcida ali, torcedora paraguaia "de peito" prometendo desfilar pelada, treinador comendo meleca, dentre outras bizarrices.
De futebol mesmo tivemos a bola que virou personagem (e bode expiatório de alguns lances de inabilidade) e a zebra desfilando nos primeiros jogos. Aliás, há um bom tempo que a equina não distribuía tantos coices como distribuiu nesta Copa. Os resultados bizarros deram até um ar divertido à copa, que demorou a empolgar no início. França, Itália, Alemanha e até a campeã Espanha foram as vítimas dessa vez, logo na fase de grupos.
Quando o mata-mata começou, o futebol de verdade, enfim, deu as caras. Algumas pelejas foram memoráveis. Até Uruguai x Gana, que era o jogo menos badalado das quartas de final, entrou pra história. E Suárez deu uma mãozinha pra consolidar, de vez, a moda de usar a mão (seja de Deus ou Diabo) nos mundiais.
Por fim, a Espanha sagrou-se campeã e perdeu o incoveniente título de “amarelona da hora H”. E ganhou com justiça, diga-se de passagem. E como o Falcão, comentarista da Globo, disse muito bem, foi o “resgate do futebol bonito que ganha jogo”. Será que surge aí o precedente pra uma revolução contra o futebol burocrático/chato/cheiodevolantesquenãosabemsair que perdura no mundo da bola? De qualquer maneira, parece até que a honra da Seleção Brasileira de 82, (que encantou, jogou bonito, mas foi marcada pra sempre por não ter conquistado a Copa) foi resgatada pela conquista inédita da Espanha. O futebol arte agradece.
Mas mesmo com todos esses adjetivos que fizeram desta Copa da África inesquecível, não são estas as lembranças mais marcantes que ficaram do torneio. Pelo menos não para os brasileiros. A frase que marcou esta Copa, pelo menos para mim, foi:
“Nada como um dia após o  outro.”
Sexta-feira, 2 de  Julho, cerca de 11h
         - Filho da p@#$%!!! - vem um grito da sala, que me faz acordar e  lembrar que tá passando Brasil x Holanda. Pelo grito, achei que fosse  gol da Laranja, mas não: Era um lindo gol do Robinho. O palavrão foi  desabafo pelo primeiro gol anulado.
        Fico instantaneamente  animado com o bom futebol apresentado, e até arrisco quem o Brasil  enfrentaria na final. Tava no papo.
        Mas  já dizia a música, “tristeza não tem fim, felicidade sim.”
         Dois gols bisonhos. Felipe Melo golpeando um jogador caído, à  la MMA. Fim do sonho do Hexa. Melhor nem entrar em maiores  detalhes. Basta apenas dizer que o resto do dia foi extremamente  melancólico.
Sábado, 3 de Julho
          Já mais animado, era hora de uma missão importante: secar os  hermanos. Mas, de fato, era um jogo imprevisível. Ainda assim, algo me  dizia que a Argentina perderia. Era oba oba demais pra uma seleção que  não tinha enfrentado ainda um desafio real. Foi uma pena ter desistido  de apostar poucos minutos antes do jogo.
          Começa Argentina x Alemanha. Não recuperaríamos nossa honra, mas  seria reconfortante ver os vizinhos/rivais voltando pra casa também,  ainda mais com o favoritismo com que chegaram.
          3 minutos de jogo e gol. Cara, era bom demais pra ser verdade!  Tão rápido assim era inesperado.
          Então veio o baile. A cada gol que saía, ouvia os gritos de  vizinhos, fogos e festa. Até mais que nos gols do Brasil nesta Copa.
          Final de jogo, Argentina 0 x 4 Alemanha. O site argentino Olé, o  mesmo que caçoara do Brasil no dia anterior, fora do ar. Um sorriso  estampado no rosto, e uma alegria imensa substituindo a tristeza da  eliminação canarinho. 
   Perder de 4, que coisa triste...



2 comentários:
ki bom
mais foi maneiro
Uma Pena que a Paraguia n tirou o decote! (Maldito Cardozo e Maldito Casillas)
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